sábado, 15 de janeiro de 2011

Dois Aviões e uma ”História”

O ano é 1939, o mundo está em guerra. Mais de 100 milhões de militares serão envolvidos e mais de 70 milhões de pessoas morrerão nos próximos seis anos da que seria chamada II Guerra Mundial.
O conflito toma dimensões gigantescas, o praticamente o mundo todo está em guerra, mares e continentes são disputados a ferro e fogo, nenhum país está livre do conflito, por vontade de seus governantes ou ainda devido a sua posição geográfica no globo. O mundo é dividido entre Aliados e Eixo, pessoas são separadas de suas famílias, famílias que nunca mais serão as mesmas.

O início do conflito mostra uma grande vantagem dos países pertencentes ao eixo na “arte” fazer guerra, a evacuação dos soldados aliados da Europa Continental, o ataque dos japoneses em Pearl Harbor em 1941 e o drible na Linha Maginot pelos Alemães são exemplos claros da astúcia dos integrantes do Eixo.

A supremacia numérica dos Aliados é esmagadora, começam os bombardeios diários a Alemanha, e países ocupados na Europa continental. Milhares de tripulantes perderam suas vidas durante os bombardeios sobre a Europa, operações que dividiram opiniões por todo o mundo. Os Norte Americanos achavam que as operações diurnas eram fundamentais para a vitória do conflito, enquanto que os Britânicos eram favoráveis às operações noturnas, o que diminuía as baixas dos seus tripulantes, porém diminuía também a precisão dos ataques, o que resultava em visitas constantes aos mesmos alvos na Europa, risco que os EUA não queriam assumir.

A guerra se prolongava mais que o esperado, a Europa arrasada, e um programa secreto em andamento, e um novo avião bombardeiro capaz de voar mais rápido e mais alto que qualquer outro de sua época.

A História começa em 1838, com o casal Curie, que encontram uma substância que até então era desconhecida, num pedaço de minério de Urânio. Essa substância é chamada de radio, proveniente dos átomos da matéria. Cem anos depois, é descoberta a uma reação nos átomos da matéria que pode revolucionar o mundo, tanto na paz como na guerra.

O projeto caminha de vento em popa nos EUA, conhecido como projeto Manhattan e baseado em Los Alamos no estado do Novo Mexico. Novas cidades são criadas, famílias são movidas as pressas, cientistas trabalham feito loucos. O objetivo: criar um novo tipo de arma: A bomba atômica.
B-29 Enola Gay O avião de Hiroshima

Em paralelo, um novo avião surge. Capaz de voar mais rápido e mais alto que qualquer outro avião existente, com um alcance não igualado por nenhum outro, tanto do lado dos Aliados, como ao lado dos países do Eixo. A B-29 Superfortaleza.
Apesar do desenvolvimento à passos largos, o projeto é demasiado complexo, e a guerra continua na Europa e no Japão. A Força Aérea Alemã já é história, os pilotos japoneses já não mais superiores tanto em número como em habilidade aos pilotos americanos, os aviões bombardeiros americanos já voam tranqüilos pelos céus japoneses, e a Rússia força a Alemanha a lutar em duas frentes, que faz a guerra ficar quase impossível para os Alemães.

O ano é 1945, o mês é Maio, e a principal razão para o surgimento do projeto Manhattan deixa de existir. A Alemanha se rende, e praticamente já não há motivo para a produção do tal artefato bélico.
O Japão, aniquilado, se recusa a se render. Bombardeios diários as principais cidades Japonesas destroem o pouco que sobrou, não há mais o que destruir, não há mais nada o que conquistar, só restam as ilhas do Japão.

O avião que voa mais rápido e mais alto que os caças japoneses faz seu trabalho sem maiores percalços, mas para a B-29, ainda restam dois capítulos a serem escritos.
B-29 Bockscar O avião de Nagasaki
Sem a rendição do Japão, uma invasão seria o próximo passo, uma invasão que custaria milhares de vidas, ou ainda milhões para os dois lados, e então a história toma um rumo “alternativo”.

A bomba pronta, um avião capaz de lançá-la sobre o Japão, e um país em frangalhos, mas que ainda luta com honra, e oferece resistência digna de um Davi contra Golias.


Hiroshima, 6 de agosto de 1945 início do dia, um B-29 chamado Enola Gay joga a primeira bomba atômica utilizada num conflito. 70.000 pessoas morrem instantaneamente, 90% da cidade é destruída com apenas uma bomba. Uma nova era começa. O Japão ainda resiste.

Três dias depois, Nagasaki recebe a segunda e ultima bomba atômica usada em combate na história da humanidade, o avião também é um B-29, chamado BocksCar. A guerra é insustentável. O presidente Norte Americano dá declarações que irá destruir uma a uma das cidades japonesas. O Japão se rende, a guerra termina com a vitória dos Aliados e a rendição incondicional dos países do Eixo.

Cientistas, que em conjunto com o avião que voa mais rápido e mais alto, decidiram a guerra, e criaram uma nova ordem mundial, uma ordem, onde um conflito poderia ser definido com um punhado de aviões e outro punhado de bombas.

Os dois aviões, que jogaram as duas bombas atômicas da história da humanidade, estão expostos em dois museus nos EUA.

O BocksCar está exposto no museu da Força Aérea Americana, no estado de Ohio, na cidade de Dayton, onde é possível ver a história da USAF (United States Air Force) desde a sua criação, passando por aviões que participaram de operações por todo o globo terrestre, além do Boeing B-29 BocksCar responsável pelo lançamento da segunda bomba atômica da história sobre a cidade de Nagasaki no Japão. Um lugar que vale a pena visitar, e também é possível ver e participar de alguns eventos especiais, até apresentações do esquadrão acrobático americano, os Thunderbirds. Algumas partes do museu é necessário transporte especial, portanto é necessário ajustar a sua visita com os horários da base aérea.
Site: http://www.nationalmuseum.af.mil/

Já o Enola Gay, responsável pelo lançamento da primeira bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima está exposto no museu Aero Espacial do Smithsonian Institute, um lugar muito especial, que numa visita a Washington D.C. não pode ser deixado de lado, que além da B-29 ainda estão expostos o Concorde, o ônibus Espacial Enterprise, grandes atrações.
Site: http://www.nasm.si.edu/

Um comentário:

  1. [...] de combate da USAF, o F-22 Raptor. E entre todos estes aviões, ainda é possível encontrar o B-29 Bockscar, um dos aviões que contribuíram diretamente para o fim da Segunda Guerra Mundial em [...]

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