domingo, 18 de setembro de 2011

Nossas Opiniões Mudam. Amadurecemos

Cheguei nos meus 30 anos de idade. Meio estranho, mas nada realmente muda, exceto para os crentes em astrologia, que relacionam a idade de 29 a 30 anos com o retorno de Saturno. Deve ser por causa da duração da órbita de planeta Saturno que dura 29 anos e, conforme a astrologia, tem relação com o amadurecimento da pessoa. Confesso que não creio muito nisso não.

Nos meus 28 anos, ou seja, antes do meu tal retorno de Saturno, decidi que iria casar, mudar de emprego e mudar de cidade, país e até de continente. Mudanças um pouco radicais, mas que valeram a pena.

Mudei de país. Deixei o país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, e fui morar, quer dizer, viver no nosso vizinho do norte, um lugar chamado Estados Unidos da América. Um lugar que, quando crianças, estudamos muito pouco, mas que desde cedo aprendemos que tudo que usamos, desde brinquedos a computadores vem de lá, ou tem alguma relação com este país.

Mas um país, que a maioria de nós, passa a ter uma relação um pouco diferente na nossa adolescência, ou quando começamos a formar nossas opiniões a respeito de tudo e todos. Essa relação passa a ser de amor e ódio. Nos apaixonamos pela música, pela tecnologia, pelas fotos, e seriados enlatados que nos são enviados goela abaixo na televisão. E ao mesmo tempo passamos a odiar o país que jogou duas bombas atômicas contra o Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, que embarga o comércio com a ilha de Cuba, que protege seus interesses sem maiores preocupações com a opinião mundial, entre muito outros fatores, que gostamos de listar, e que geralmente sobrepõem a todos os outros fatores, os quais nos apaixonamos.

Daí ficamos mais velhos, e novamente mudamos de opinião, e quando vamos para a faculdade, voltamos a pensar diferente a respeito deste lugar. Este lugar passa a ser mais amigável, e ficamos mais próximos, e queremos entender o que acontece por aqui. Mas, geralmente, algum conflito acontece ao redor do mundo, e voltamos a nossa opinião adolescente a respeito dos EUA. Parece um processo cíclico.

Alguns formam opiniões diferentes a respeito, opiniões que, são um pouco mais consistentes, porém estes são considerados pró EUA, ou melhor, não sabem o que falam, ou ainda foram absorvidos pelo sistema conspiracionista Americano, ok, estou exagerando um pouco, mas não foge muito disso não.

Bom, hoje moro nos Estados Unidos da América por um ano e três meses, e hoje posso dizer que vi coisas que não espero ver em nenhum outro lugar do mundo, melhor, acho que não vou ver em nenhum outro lugar do mundo.

Um Cabo do Exército Americano ser ovacionado por uma multidão de 40 mil pessoas durante um jogo de Beisebol não é algo que se vê todo dia. Voltar pra casa depois de alguns meses num lugar distante, já é uma recompensa e tanto e ainda lutando por uma "liberdade" que não veio de "graça", é um motivo enorme para o povo americano. Independentemente se a guerra ou se os interesses defendidos não trarão benefícios a outras nações. Isso realmente não é importante para o povo Americano. Na minha opinião, a soberania de um país, os interesses da nação, vem em primeiro lugar.

Onde se preserva a história. Boa ou ruim. Importante ou não. Onde fazer parte das Forças Armadas é levado a sério. Como sempre escrevo, sinais de trânsito são respeitados, pessoas são respeitadas. O sistema funciona, e vale a pena respeitar o sistema. Infrações de trânsito acontecem, e devem ser pagas por motoristas de Porches, Camaros, Mustangs, SUVs, enfim, todos são tratados igualmente.

E  ainda por cima, discos voadores sempre pousam por aqui. Pelo menos é o que mostram os filmes.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Detroit Tigers

Comérica Park
A cidade de Detroit, no estado americano de Michigan está morrendo.

É o que todos dizem quando visitam a Motor City no sudoeste do estado de Michigan. Cidade que já foi a mais rica dos EUA, agora agoniza, luta para sobreviver. Edifícios abandonados, a criminalidade é relativamente alta, e faltam atrativos para visitação.

Mas algo que faz com que a cidade renasça, duas vezes por semana, as vezes mais, três horas por noite. O Beisebol.

O time do Detroit Tigers tem sua sede no Comerica Park, um estádio localizado no centro da cidade de Detroit, na Woodward Avenue, a US-1. Time que sempre está entre os melhores da MLB, a Liga Americana de Beisebol, e atrai um bom público nas suas aparições, além de ser um time de enorme carisma, com seus jogadores que vão dos vilões aos bonzinhos.

O Beisebol é um jogo estranho, é a única modalidade esportiva em que é defesa que controla o ritmo do jogo, portanto para nós brasileiros, é necessário inverter tudo o que conhecemos a respeito de esportes de bola, além das posições no campo que são completamente diferentes e ainda as dimensões do campo fogem do tradicional retângulo, ou como os comentaristas de televisão dizem, as quatro linhas. O campo do Beisebol tem formato de um diamante.

O Pitcher, o jogador que arremessa a bola, geralmente é o astro do jogo. Ele é que pode decidir entre a vitória e a derrota do time, as atenções do jogo sempre estão para o Pitcher, no caso do Detroit Tigers, Justin Verlander, o melhor pitcher da temporada de 2011.

Porém vai um conselho, o Beisebol é um jogo lento, e para os menos avisados, é possível dormir nas arquibancadas, especialmente se não entendemos o jogo, quais são as regras, e a maior contradição do jogo: O pitcher arremessa a bola em direção ao rebatedor, porém ele tem de jogar de uma maneira que o mesmo não consiga rebater. Eu, particularmente não consigo entender.

Vale a pena também aproveitar os eventos especiais após os jogos, que vão de queima de fogos a sorteios de brindes.

domingo, 11 de setembro de 2011

Onze de Setembro de Dois Mil e Um

Construção do Novo WTC
Hoje é relembrado nos mais diversos meios de comunicação ao redor do mundo, como é de conhecimento de todos, o maior atentado terrorista da história dos EUA.

Neste mesmo dia, aviões comerciais foram seqüestrados nos EUA, e jogados contra o que eram considerados símbolos do poder e do capitalismo americano. Esses símbolos incluíam as torres do World Trade Center na cidade de Nova Iorque, o Pentágono, e pelo menos mais um alvo que até hoje não foi esclarecido.

Não vale a pena ficar procurando culpados ou ainda enumerando acontecimentos que levaram a destruição dos edifícios ou ainda as consequências que o atentado levou, principalmente aos países do Oriente Médio e Ásia. Em nome de Deus, em nome das mazelas que o “capitalismo americano” impõe aos países, que de certo modo evitam jogar o jogo americano, ou ainda, lunáticos que se acham no direito de influenciar a vida daqueles que nada tem a ver com a sua situação agora não importa mais. Aconteceu, aviões foram jogados contra as torres, e agora vivemos as consequências deste ato covarde.

Porém, a principal mudança aconteceu na própria cultura Norte Americana. Os estadunidenses mudaram o seu modo de pensar, e de certo modo, após quase 100 anos de guerras contra outros países, os EUA sentiram o impacto da artilharia inimiga em seu território continental. Os inimigos acertaram os EUA em seu coração, porém não havia um inimigo evidente contra o qual os EUA poderiam declarar guerra. Desde do dia Onze de Setembro de Dois Mil e Um, os EUA não são mais intocáveis. Sim, após duas guerras mundiais, os EUA foram atingidos.

Isso mudou a maneira de pensar da maioria dos Estadunidenses. O Patriotismo, que já era evidente na maior parte do país, passou a ser exacerbado. A chamada “Guerra ao Terror” iniciada pelo então presidente George W. Bush, abriu um precedente para que a cultura Estadunidense fosse espalhada para o mundo todo, incluindo países que antes nunca tinham ouvido falar dos símbolos do dito capitalismo americano. E o cidadão comum Estadunidense tem orgulho de fazer parte de uma nação que defende seus interesses a qualquer custo, que faz guerra se assim for necessário para manter sua hegemonia ou até os padrões de vida americanos, e principalmente a unidade do País.

E além disso, o Estadunidense tem orgulho de fazer parte de uma nação que defende outras nações sem, explicitamente, pedir nada em troca. Nação que mesmo em crise, está sempre presente defendendo e protegendo seus cidadãos em terras estrangeiras, fornecendo ajuda humanitária para países que necessitam. Nação que faz valer a constituição válida desde o ano de 1787.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Museu da Força Aérea Americana

Vista Geral do Hangar
Como já disse diversas vezes aqui neste blog, e também pra quem quiser saber, a região dos Estados Unidos conhecida como Meio Oeste não é o que pode ser chamado de pólo turístico. Com exceção da cidade de Chicago, no estado de Illinois, não há muitas outras atrações para quem vem para esta região.

Vivendo aqui por mais de um ano, é parte do nosso cotidiano procurar coisas para se fazer, principalmente porque o verão é curto, e os “seis meses” de inverno chegam bem rápido, portanto é muito importante aproveitar os poucos meses que se pode viajar sem preocupação com o clima. Apesar que as chuvas de verão no meio oeste também não são nada suaves.

Decidimos pagar uma visita ao Museu Nacional da Força Aérea Americana, na cidade de Dayton, no estado de Ohio, Uma viagem que dura quatro horas do Sudeste do estado de Michigan até o “meio do nada” no estado de Ohio. Dayton é uma cidade relativamente grande, há várias atrações, restaurantes diferentes, onde pode se encontrar boa comida, porém a cidade vive da aviação. Foi aqui que os irmãos Wright realizaram o primeiro vôo de um objeto mais pesado que o ar em 1903 e “esconderam” o feito do mundo por uns 5 anos. Logo, se você procura um lugar para saber mais a respeito da história da aviação americana e mundial, a cidade de Dayton é o lugar perfeito, ou perto disso.

O Museu Nacional da Força Aérea Americana fica localizado dentro da base aérea Wright Patterson, numa área de acesso livre para civis. Formado por 3 hangares, um auditório, e um cinema IMAX, além de mais dois hangares que estão localizados dentro da área restrita da base. O museu é um programa para o dia todo, e aqui vale a máxima de que Deus ajuda quem cedo madruga. Chegue cedo e será recompensado, pois será uma visita quase que exclusiva. A visita é gratuita, e algumas partes do museu requerem inscrição por ordem de chegada, por isso chegar cedo é importante.

O acervo do museu é extenso, inclui desde os primeiros aviões da USAF (United States Air Force) quando ainda era parte do exercito americano, como o primeiro avião desenvolvido pelos irmãos Wright para os militares, e vai até o mais moderno avião de combate da USAF, o F-22 Raptor. E entre todos estes aviões, ainda é possível encontrar o B-29 Bockscar, um dos aviões que contribuíram diretamente para o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945.

Os hangares localizados na área restrita da base requerem transporte especial, fornecido pelo museu, e antes disso é necessário fazer uma inscrição que permitirá a utilização deste transporte. A visita nestes hangares dura, no máximo 50 minutos, ou seja, tenha em mente o que procurar dentro dos hangares. A circulação dentro dos hangares é livre, porém, como dito antes, o tempo de permanência dentro dessa área é controlado.

Em um dos hangares, chamado de Presidential Gallery, será possível observar os aviões presidenciais utilizados através dos tempos, desde do avião de Franklin Roosevelt até o avião utilizado por John Kennedy, Ronald Reagan, entre outros. Vale ressaltar que é possível entrar em quase todos eles, e conhecer como o avião é modificado para servir ao presidente dos EUA, assim como fatos que ocorreram dentro destes aviões.
No outro hangar, a R & D Gallery, estão muitos dos aviões que serviram para pesquisa e desenvolvimento desde os anos 50 até os dias de hoje, estando entre eles o XB-70 Valkyrie e até o X-15, o avião recordista em velocidade.


O museu é grande, é possível gastar o dia todo e mesmo assim não será possível ver tudo, ou ainda ter visto tudo e sair com a sensação de que algo ficou sem ser visto, portanto uma visita rápida não vai ser suficiente, o melhor é chegar cedo, aproveitar e almoçar dentro do museu, num restaurante simples e que atende a todos os gostos, e ir embora no final da tarde, quase na hora de fechar.
Site oficial: http://www.nationalmuseum.af.mil/index.asp
1100 Spaatz Street
Wright-Patterson AFB OH 45433
(937) 255-3286
Aberto 7 dias por semana das 9 até as 17 horas. Fechado no no dia de Ação de Graças, Natal e Ano Novo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Selfridge Air National Guard Base

Como já é sabido, gosto da exploração espacial, enfim, maquinas que voam.

Nos EUA, shows aéreos são relativamente fáceis de se encontrar. Em todos os estados, são realizados shows aéreos, e é possível ir a dois diferentes shows aéreos no mesmo final de semana.

No final de semana do dia 20 de agosto de 2011, estava programado o Selfridge air show. A ser realizado na base aérea da Guarda Nacional, no estado de Michigan, condado de Macomb. Uma área muito bonita por sinal, onde todos levam seus brinquedinho aquáticos para o lago Saint Claire. Me chamou a atenção a falta de divulgação do evento, porém um evento que se destina a "apaixonados" pela aviação, não necessita de muita divulgação.


Decidimos ir no domingo a tarde, dia 21 de agosto. 1 hora da tarde. Chegando a base as 2 horas da tarde, transito caótico, policiais por todos os lados, coisa não muito normal para um evento desse porte nos EUA. Após algumas tentativas frustradas de chegar a base, decidimos ir embora. Talvez fazer algo mais a sombra seria melhor.

Chego em casa e procuro na internet se existem comentários a respeito do evento. Descubro que exatamente a 1 hora e 30 minutos daquele domingo, o "stunt man" Todd Green caiu ao tentar se transferir de uma aeronave para um helicóptero. Todd sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros de altura. Logo se explica a confusão ao redor da base aérea.

Todd, fazia tais "stunts" há algum tempo, e ainda não se sabem as causas do acidente.
Condolências a família.