quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pálido Ponto Azul

Já repetido algumas vezes neste espaço, na minha opinião, Carl Sagan se encaixa com um dos maiores cientistas do século XX.

E o texto "Pale Blue Dot", ou melhor, Pálido Ponto Azul é um texto que não me canso de ler, e acho que vale a pena colocá-lo neste espaço, lembrando que é uma tradução pessoal do texto de Carl Sagan. Além do texto, um trecho do epílogo do livro "Bilhões e Bilhões" também escrito por Carl Sagan e publicado após a sua morte por sua esposa Ann Druyan. Um pequeno texto que nos faz refletir bastante a respeito de vida e morte.

Pálido Ponto Azul
(Carl Sagan)

Desse ponto de vista distante, a Terra não pode parecer de qualquer interesse particular. Mas para nós, é diferente. Olhe novamente para o ponto. É aqui. É a nossa casa. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, de quem já ouviu falar, todo ser humano que existiu, viveu a sua vida aqui.

O agregado da nossa alegria e sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e plebeus, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, criança esperançosa, inventor e explorador, cada professor de moral, cada político corrupto, cada "superstar", cada "líder supremo", cada santo e pecador na história da nossa espécie, viveu ali - num grão de poeira suspenso num raio de sol.

 A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração de um ponto. Pense nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto desse ponto contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus frequentes desentendimentos, como famintos são em matar uns aos outros, em suas manifestações de ódio.

Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no universo, são desafiadas por este ponto de luz pálida. Nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, em toda essa imensidão, não há nenhum indício que a ajuda virá de outro lugar para nos salvar de nós mesmos.

A Terra é o único mundo conhecido até agora para abrigar vida. Não há outro lugar, pelo menos em um futuro próximo, para onde nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Migrar, ainda não. Goste ou não, para o momento em que a Terra é o lugar onde nós fazemos o nosso show.

Dizem que a astronomia é uma experiência que ajuda a formar nossa personalidade. Talvez não exista melhor comprovação da loucura das vaidades humanas do que esta distante imagem de nosso mundo minúsculo. Para mim, ela sublinha a responsabilidade de nos relacionarmos mais bondosamente uns com os outros e de preservarmos e amarmos o pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.

E o vídeo:


Além do vídeo, o epílogo do livro Bilhões e Bilhões, uma reflexão sobre vida após a morte, que é no mínimo, interessante.

Com suas revelações sobre um pequenino mundo embelezado pela música e pelo amor, a nave Voyager já saiu do sistema solar e se dirige ao mar aberto do espaço interestelar. A uma velocidade de 70 mil quilômetros por hora, projeta-se em direção às estrelas e a um destino com o qual só podemos sonhar. Estou cercada por pacotes do correio, cartas de pessoas de todo o planeta que lamentam a perda de Carl. Muitos lhe dão o crédito por tê-los despertado. Alguns dizem que o exemplo de Carl os inspirou a trabalhar pela ciência e pela razão contra as forças da superstição e do fundamentalismo. Esses pensamentos me consolam e me resgatam de minha dor. Permitem que eu sinta, sem recorrer ao sobrenatural, que Carl vive.”
Ann Druyan, mulher de Carl Sagan, no “Epílogo” do livro.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Lua e a "Estrela D'Alva

Fazia um bom tempo que queria uma foto dessas.
Consegui a foto no dia 26 de dezembro deste ano, uma noite fria e clara.

Lua crescente, e também o planeta Vênus, logo após o anoitecer.

Vou tentar outras vezes. Gostei do resultado inicial.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Corrente do Bem

Funciona.

Em alguns países melhor de que em outros. Melhor, em alguns lugares melhores que em outros.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Comprou uma Câmera Fotográfica? Já é Fotógrafo

Funciona mais ou menos assim. Hoje é relativamente fácil comprar uma máquina fotográfica profissional, com a digitalização, tirar fotos ficou mais fácil, e trouxe ao nosso alcance equipamentos que só víamos em jogos de futebol, ou ainda no casamento daquele primo rico.

A digitalização da fotografia mudou tudo. Câmeras fotográficas deixaram de ser dispositivos eletromecânicos cheias de partes móveis e de grande precisão, e passaram a ser dispositivos eletrônicos sem muitas partes móveis. Eletrônica é barata. Mecânica é extremamente cara. Agora é possível encontrar no mercado equipamentos baratos e de qualidade profissional.

Ao mesmo tempo, a redução de custo trouxe um problema. Todos se acham fotógrafos. Basta uma câmera, e já sou fotógrafo. Não é necessário estudo, não é necessário nem observar o ambiente a sua volta, já que apenas o fato de eu possuir um equipamento profissional garantirá fotos boas, melhor, excelentes.

Reais profissionais da fotografia, estão ficando cada vez mais caros, afinal, quem contrata um fotógrafo profissional, sendo que aquele primo que mora em São Paulo, pode fotografar o meu casamento pela metade do preço que o profissional cobraria. Ou ainda essa digitalização acaba criando empresas de fotografia que não contam com reais fotógrafos. E essas empresas também não cobram muito diferente daquele primo de São Paulo.
A única foto em que o fotógrafo apareceu

Mas os resultados dessas contratações são, no mínimo, hilários.

Hoje em dia, é muito comum ver fotos de casamento onde se veem mais "fotógrafos" que convidados. Aquela perna que aparece na foto e ninguém sabe quem é. O parceiro do fotógrafo de novo. Fotos com sombras, com iluminação precária, ou seja sem nenhuma técnica de fotografia.

Na minha opinião, as maiores pérolas são aquelas fotografias do altar, durante um casamento, em que todos os fotógrafos estão procurando um melhor angulo para a foto, e no fim das contas, no álbum de fotos do casamento, você não encontra uma mísera foto da troca das alianças em que os fotógrafos não aparecem. Mas aí é tarde demais. Mas o importante é o falatório durante o casamento a respeito da máquina fotográfica do meu primo ou ainda a elegância dos fotógrafos. O terno preto dos fotógrafos.

Fotógrafo bom é aquele que ninguém viu durante o casamento. Ninguém fala e que ninguém viu a câmera que ele usou. Esse é o verdadeiro e bom fotógrafo. Aquele que você não faz idéia de quem é, e ainda não tem idéia qual é a câmera fotográfica que ele usa.

Esse sim é fotógrafo. E é esse que vale a pena a gastar um pouco mais.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Coisas do Inverno de Michigan 6

Basquete profissional.
A NBA começa no final do Outono, e nesse ano de 2011, com o locaute, começa no dia de Natal.

O primeiro jogo do Detroit Pistons, antes da temporada começar foi ontem, dia 16 de dezembro.

Kyle Irving e Brandon Knight prometem.







sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Apenas Duas Questões

Ok, o filme é velho, "Antes de Partir" com um dos meus atores preferidos, Morgan Freeman, numa cena no meio do Egito. Conversando sobre as crenças de vida após a morte do antigo Egito.

Ao chegar ao Paraíso, cada alma tinha de responder duas perguntas, e estas definiam, se essa alma poderia entrar ou não no Paraíso.

As perguntas são:
  • Sua vida trouxe alegria a você mesmo?
  • Sua vida trouxe alegria à aqueles que viveram a sua volta?
Parecem simples, mas nunca conseguimos responder imediatamente. Essa cena do filme, mostra com bastante clareza a dificuldade de responder estas perguntas.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

1970 versus 2011

Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.
Ano 1970: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e João volta tranquilo à classe.
Ano 2011: É mandado ao departamento de acompanhamento psicoeducacional, o diagnosticam como hiperativo, com trastornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra lhe receita Rivotril. Se transforma num Zumbí. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz.

Cenário 2: Luis quebra o farol de um carro no seu bairro.
Ano 1970: Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas na bunda. A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada". Cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num homem de bem e profissional de sucesso.
Ano 2011: Prendem o pai de Luis por maus tratos. O condenam a 5 anos de reclusão e, por 15 anos proibido de ver seu filho. Sem a presença de uma figura paterna, Luis se volta para as drogas, delinque e fica preso num presídio especial para adolescentes. Torna-se um adulto marginal.

Cenário 3: João cai enquanto corria no patio do colégio, machuca o joelho. Sua professora Maria, o encontra chorando, o abraça calorosamente para confortá-lo...
Ano 1970: Rapidamente, João se sente melhor e continua brincando.
Ano 2011: A professora Maria é acusada de abuso sexual porque abraçou João e condenada a três anos de reclusão. João passa cinco anos de terapia em terapia. Seus pais processam o colégio por negligência e a professora por danos psicológicos, ganhando os dois juizos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida.

Cenário 4: Disciplina escolar.
Ano 1970: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos dava uma boa "descompostura" e/ou encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade. Resultado: Um mês sem ver televisão.
Ano 2011: Fazemos bagunça na classe. O professor briga e depois pede desculpas por chamar atenção na frente dos colegas. Nosso velho vai até o colégio se queixar do docente e para consolo... compra uma moto para o filhinho.

Cenário 5: Horário de Verão.
Ano 1970: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Não acontece nada.
Ano 2011: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de apetite, impotencia, gases e nas mulheres aparece celulite..

Cenário 6: Fim das férias.
Ano 1970: Depois de passar férias com toda a família enfiada num Gordini, após 15 dias de sol torrando na praia sem protetor, hora de voltar. A gente voltava feliz! No dia seguinte ia trabalhar, estudar e tudo bem.
Ano 2011: Depois de voltar de Cancún, numa viagem 'all inclusive', gastando litros de protetor fs 60, terminam as férias e a gente sofre com síndrome do abandono, estafa, attack, fuso horário e seborréia de origem emocional.

Os tempos mudam... Nem sempre pra melhor...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Coisas do Inverno de Michigan 5

Além do frio, ainda é possível ver negativos de gelo.

Nada que uma nevasca de leve e um pouco e vento não possam fazer um negativo gelado de uma placa de trânsito.

Curioso, no mínimo.
A placa

O negativo gelado


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Coisas do Inverno de Michigan 4

Como já dito antes, dias curtos, amanhecer por volta das 7:30 da manhã.

A temperatura baixa, perto de zero graus Celsius, propicia algumas coisas que não vemos normalmente.

Um exemplo são as esteiras de condensação formadas por aviões comerciais voando em grande altitude. A baixa temperatura faz com que estas esteiras não desapareçam, fazendo com que estas façam parte do céu.

Não são mais esteiras de condensação, são nuvens.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Coisas do Inverno de Michigan 3

Dias frios e curtos já não suficientes. Um pouco de neve pra limpar do carro pela manhã é fundamental.


domingo, 4 de dezembro de 2011

Coisas do Inverno de Michigan 2

Junto com o Inverno, também chegam, no hemisfério Norte, o Natal e o Ano Novo. Todo mundo trabalha um pouco mais devagar, e como já dito antes, os dias são mais curtos e frios, mas é final de ano, então a gente dá um jeito.

E as luzes de Natal na principal rua na cidade de Rochester, onde moro, são uma das coisas que mais valem a pena.