domingo, 27 de fevereiro de 2011

Despedida

Fico bem na foto hein? Meus colegas da ISS são bons nisso.

Me preparei muito bem para a minha ultima viagem, gostaria que tudo desse certo, por isso demorei mais que o esperado. Disseram que meu tanque de combustível não estava 100%. Me levaram de volta pro hangar. Passei mais uns dois meses lá, me preparando. Vamos logo, quero subir!

Calma, lembre-se de suas companheiras que não estão mais aqui, que não conseguiram completar suas missões.

Lembre-se que o seguro morreu de velho. Porém, o que seria de mim sem coragem? O que seria de mim sem a curiosidade daqueles que me conceberam? Eu estaria aqui? Provavelmente não. Provavelmente, sem curiosidade, aqueles que me criaram estariam morando em palafitas, ou ainda em cavernas.

Esses meses que me deixaram no hangar, fizeram com que imagens viessem a minha cabeça. STS-107, Crista Mcauliffe, enfim, pensamentos que deveriam estar bem distantes. Mas isso é bom. Fazem com que eu me prepare ainda mais para esta minha ultima viagem, ou melhor, esta última missão.

Para mim, não será diferente, mais algumas voltas ao redor do pálido ponto azul, algumas manobras que seriam de virar a cabeça de qualquer piloto de caça, alguns experimentos, que para mim, são corriqueiros e volto pra casa. E desta vez, volto pra casa aposentada, volto pra casa com a certeza absoluta que cumpri o meu dever, e que deixei a minha herança cientifica para todo o mundo, independente de raça, cor, ou credo.

Mas volto com uma certeza de que algum hangar me espera onde os filhos curiosos dos sujeitos curiosos que me montaram poderão me visitar e e alimentar a vontade de conhecer o desconhecido.
A sensação da missão cumprida está em mim e em toda a minha equipe, e deixo uma homenagem de Robert Crippen, o que voou no primeiro vôo da minha irmã mais velha, Columbia, em 1981, após o seu último vôo, que não teve retorno em 2003.
A Columbia não era linda, exceto para aqueles cuidaram e a amaram.  Sempre falavam mal dela por causa de sua traseira um pouco pesada. Mas muitos de nós pudemos conviver com isso. Muitos disseram que ela era velha, e que seu tempo já havia passado, mas ela só tinha vivido um quarto de sua vida. Columbia ainda tinha um grande número de missões pela frente. Ela, juntamente com a tripulação tiveram suas vidas interrompidas no seu auge. Assim como sua tripulação, a Columbia nos deixou um grande legado.
Depois de mim, virão Endevour, minha irmã mais nova, e então Atlantis. Todas iremos para lugares de repouso e honra onde poderemos ser admiradas por todos.
O que virá depois? Marte talvez, A Lua? Provavelmente.

Dados da Discovery
Número de série: OV-103
País: Flag of the United States.svg EUA
Status: Ativo
Primeiro Vôo: STS-41D em 30 de agosto de 1984
Último Vôo: STS-133 24 de fevereiro de 2010
Número de Missões: 39
Tripulantes: 246 (aproximado)
Tempo em órbita: Mais que 360 dias
Número de órbitas: 5.628
Distância percorrida 230.003.477km (aproximado)
Satélites lançados 31 incluindo o Telescópio Hubble

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O importante é conquistar votos

Hoje li esta notícia no Portal IG:

Alckmin nomeia Ronaldo para Comitê da Copa de 2014

Conforme declarado pelo governador Alckmin, a quem admiro, Ronaldo fará parte do comitê especial para a copa de 2014.

O que fará este comitê especial?

O que fará Ronaldo neste comitê especial?

O que é este comitê especial?

O importante que o pessoal gostou da notícia, se vai funcionar, se aeroportos serão melhorados, se obras realmente sairão do papel, isto é outra história, que não tem a menor importância.

A copa vai acontecer de qualquer maneira…

Mais uma coisa: Fielzão é nome de estádio? Estádio pra abertura da copa?

Enquanto nos outros países, os estádios tem nome imponentes, no Brasil, o estádio da abertura da copa se chamará Fielzão.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Imported from Detroit

Este deve ser o terceiro post sobre a cidade de Detroit e o comercial da Chrysler que foi exibido durante o Superbowl no dia 9 de fevereiro, que foi considerado o melhor comercial do Superbowl, com uma mensagem bastante contundente a respeito da cidade de Detroit.

Detroit que já foi a cidade mais rica dos EUA, e agora sofre com a falta de emprego, com a recessão da economia americana, com as empresas que se mudaram de Michigan para o Sul dos EUA de modo a conseguir mão de obra mais barata, para sobreviver com a vinda dos importados.

A cidade mudou, taxas de analfabetismo extremamente altas, bairros completamente vazios, que sofrem com incêndios, e com criminosos. Enfim, a cidade sofre, e muito, com a redução dos empregos na indústria automobilística, já que todos viviam em torno dela.

Daí, uma montadora coloca como destaque num comercial, a sua origem, a cidade de Detroit, e este comercial é eleito o melhor comercial do Superbowl. Mas o que mais me chamou a atenção foi o fato do comercial ressaltar a história da cidade e da própria montadora. Ressaltar a sua origem, de onde veio e para onde ou para quem vai, não tentar esconder a sua origem e fazer com que as pessoas que vivem na cidade e na região de Detroit se sintam parte de algo maior, algo que realmente pode mudar a vida das pessoas, mesmo que seja por meros 60 segundos.

Abaixo, segue a transcrição do comercial, e uma tradução pessoal do texto.


I got a question for you. What does this city about luxury? humm? What does a town that’s been to hell and back know about the finer things in life? Well, I’ll tell you. More than most.
You see, it’s the hottest fires that make the hardest steel. Add work and conviction. And know how that runs generations deep in every last one of us. That’s who we are. That’s our story.
Now it’s probably not the one you’ve been reading in the papers. The one being written by folks who have never even been here and don’t know what we’re capable of.
Because when it comes to luxury, it’s as much about where it’s from as who it’s for.
Now we’re from America – but this isn’t New York City. Or the Windy City. Or Sin City. And we’re certainly no one’s Emerald City.
This is the motor city. And this is what we do.

Eu tenho uma pergunta pra você. O que esta cidade sabe sobre luxo? Hum? O que uma cidade que esteve no inferno e voltou sabe sobre as melhores coisas da vida? Bem, vou te dizer. Mais que a maioria.
Veja, os mais quentes fornos é que fazem os melhores aços. Adicione trabalho e convicção. E trabalho, cada um de nós, por gerações. Isto é o que somos, Esta é a nossa história.
Agora, provavelmente não é aquela que você tem lido nos jornais. Aquela escrita por pessoas que nunca nem estiveram aqui e não sabem do que somos capazes.
Porque quando se trata de luxo, o que importa é de onde é e para que é feito.
Agora, nós somos a América – mas não Nova York, ou a Cidade do Vento (Chicago), ou Sin City. E com certeza não somos Emerald City.
Esta é The Motor City. E isto é o que nós fazemos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Detroit

GM Headquarters Centro de Detroit
No dia 9 de fevereiro de 2011, na cidade de Dallas no Texas, aconteceu a final do Futebol Americano, conhecida também como Superbowl, que pode ser considerado o evento de maior audiência na TV americana. E por se tratar de um evento de grande audiência, as empresas aproveitam para fazer comerciais que causem impacto, e desta vez não foi diferente.

Uma montadora de carros americana colocou um comercial que colocava em evidência a cidade de Detroit, no estado americano de Michigan. A região de Detroit é onde teve início a história automobilística dos EUA.

O comercial começava com os seguintes dizeres: Eu tenho uma pergunta para você: O que essa cidade sabe sobre luxo? O que uma cidade que já esteve no inferno conhece a respeito das melhores coisas da vida? Bem, vou te dizer, Conhece mais que a maioria.

Detroit já foi a cidade mais rica dos EUA, e hoje, é uma das cidades que mais sofre com a crise econômica nos EUA, devido, entre outros fatores ao alto custo da mão de obra na região, o que fez com que as montadoras mudassem algumas de suas plantas para outros estados com mão de obra mais barata, o que trouxe uma grande taxa desemprego não só na cidade, mas como também em toda a região ao redor de Detroit que sempre viveu em torno da indústria automobilística.

Detroit, na minha opinião, lembra bastante a cidade de São Paulo. Traços de arquitetura francesa,largas avenidas, teatros, e eventos esportivos. A cidade pulsa. Mas também dorme.
Vale a pena a visita, principalmente no meio da primavera, quando as temperaturas são mais agradáveis e os passeios ao ar livre são possíveis. Há museus muito bons, como o DIA (Detroit Institute of Arts), na Woodward avenue, que também é a primeira rua com pavimento dos EUA.

Os restaurantes na cidade são muito bons, encontrar um bom hambúrger é bastante fácil, e muito diferente dos conhecidos Fast Foods. Vale a pena experimentar um verdadeiro hambúrguer.

Gosta de apostar? Há cassinos além de Las Vegas, É possível apostar em Detroit.

Há também o Quartel General da General Motors no Renaissance Center uma área bastante especial na cidade e também próxima ao Rio Detroit, que é fronteira com a cidade de Windsor no Canadá.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

High Flight


Mais um dia, céu cinza, neve, temperaturas não muito agradáveis. A camada de nuvens é espessa, parece não ter fim.

A subida é longa, as nuvens não acabam, trinta minutos voando por entre as nuvens, não consigo ver pra onde vou, confio nos instrumentos, que me dizem que estou no lugar certo.

A subida acaba, as nuvens não, ainda confio nos instrumentos. O ar se torna turbulento por alguns instantes, a vista é espetacular.

Estou acima das nuvens, sinto que posso tocar o Sol, que brilha como nunca vi, as nuvens parecem de algodão, e nunca estiveram tão próximas, não consigo pensar e mais nada, o horizonte é azul, o Sol… O Sol brilha como se fosse o último dia da aventura humana na Terra.

Um dos melhores poemas sobre o vôo já escritos de John Gillespie Magee Jr, um americano que atravessou a fronteira americana para o Canadá durante o início da Segunda Guerra Mundial para lutar contra a Alemanha pela Forca Aérea Britânica, e durante um vôo de teste escreveu este poema, que enviou para sua família numa carta.

High Flight
I have slipped the surly bonds of Earth
And danced the skies on laughter-silvered wings;
Sunward I've climbed, and joined the tumbling mirth
Of sun-split clouds, — and done a hundred things
You have not dreamed of — wheeled and soared and swung
High in the sunlit silence. Hov'ring there,
I've chased the shouting wind along, and flung
My eager craft through footless halls of air…
Up, up the long, delirious burning blue
I've topped the wind-swept heights with easy grace
Where never lark, or ever eagle flew —
And, while with silent, lifting mind I've trod
The high untrespassed sanctity of space,
Put out my hand, and touched the face of God.
— John Gillespie Magee, Jr

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

The Motor City

Um dos melhores comerciais que eu já vi.
Os fornos mais quentes fazem os melhores aços.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Terra, azul, e acolhedora.

Na minha opinião, a melhor música brasileira.





Vontade de Acreditar (will to believe)

Teorias de Conspiração aparecem aos montes, principalmente nas grandes potências mundiais.

A verdade. Essa aparece em doses homeopáticas e nem sempre é bem recebida.

Pelo menos é o que a maioria das pessoas tem tendência em acreditar. Teorias de que a população dos países está sendo controlada através dos alimentos, que devido a quantidade de produtos químicos está fazendo com que a população deixe te ter filhos, viva menos e fique escrava do governo e de suas teorias conspiratórias.

Guerras estão sendo preparadas por nações e a tensão no Egito é o primeiro passo para a Terceira Guerra Mundial. Tudo em função de criar uma nova ordem mundial, algo que será liderado por nações como China, Irã, Coréia do Norte, e por aí vai.

Vão liderar com o que? Com o urânio que supostamente é exportado para esses países para a fabricação de bombas nucleares que segundo os conspiracionistas é algo que pode ser feito com apenas alguns pedaços de fios, e um pouco de material radioativo. Coisa simples. Claro. Satélites não mostram nada demais, a Coréia do Norte é um império extremamente poderoso, capaz de atrocidades, capaz de bombardear os EUA amanhã se desejarem.

Façam me o favor. Vão bombardear com o que? A China vai enviar que aviões para o bombardeio? Depois que 2 Porta Aviões forem posicionados no mar do Japão, e estes países estiverem sob ameaça real de serem bombardeados?

Vão jogar que bombas? Traques de festa junina? Com mísseis intercontinentais?

Essa eu literalmente pago pra ver.

E vou continuar a comer miojo.

A vontade de acreditar, na maioria das vezes, supera a explicação lógica, e mais simples. Supera a racionalidade da humanidade, supera a própria verdade.

Food for thoughts.

Coca Cola? Vou continuar a beber.

E neva…

E neva...
Cor predominante: Branco. Branco por todos os lados, até no céu, que há muito deixou de ser azul. O azul deixou de ser a cor do céu há pelo menos um mês, e agora, qualquer resquício do Astro Rei no céu é visto como uma dadiva.

São sete horas da manhã, o dia mal clareou e a previsão do tempo diz, que o dia será de neve constante, seguido de chuva congelada. O prognóstico não é bom, mas o trabalho me aguarda.

Abro a porta, e vejo o chão coberto de neve. A principio, 2 a 5 centímetros de neve, então nada demais, e lá vamos nós. Cinco passos já são suficientes para descobrir a realidade. A neve que caiu durante a madrugada deixou suas marcas. Não vejo meu pé mais. Estou com neve até o meio das canelas, não sei onde piso, não sei onde termina a calçada e começa a rua. O trator já está limpando a rua, porém a quantidade de neve é grande. Os carros estacionados estão cobertos de neve.

Chego ao meu carro, meus pés estão gelados, mas para minha alegria o carro não está coberto de neve, já que a cobertura da vaga funcionou bem e o carro só tem o pára-brisas coberto de neve. Ligo o motor, deixo o carro aquecendo. Não o motor, mas o interior do carro, já que a temperatura é de –8 graus Celsius. O pára-brisas limpo, porém há 30 centímetros de neve na frente do carro e que precisam ser retirados, ou “destruídos”. Decido que está muito frio para remover a neve na frente do carro, então decido passar por cima. O carro hesita por uma ou duas vezes, porém consigo ir em frente.

O trajeto é ruim, já que apesar de limpas, as ruas continuam cobertas de neve, o que dificulta o transito. A velocidade máxima é de 40Km por hora, e os freios devem ser usados somente em ultimo caso, já que a condição não é das mais favoráveis para se parar um carro.

Chego ao trabalho as oito e meia da manhã. 60% do escritório está trabalhando, pelo menos foi o que me disseram, pois pra mim, 100% estava lá. Descubro que a empresa em que trabalho é uma das únicas que está funcionando.

Caminhões estão por toda a parte realizando a limpeza das ruas, e estacionamentos, tudo parece escorregadio e perigoso, mas é possível viver, fazer compras, trabalhar, estudar…

Mas tudo em “survival mode”.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011