domingo, 22 de maio de 2011

Preconceito Silencioso

Há alguns anos atrás eu achava que era sortudo, pois vivia num país que era pouco preconceituoso. Um país que tratava todos, independente de credo, raça, ou formação, de maneira mais ou menos parecida.

Minha opinião mudou. Conheci um país situado acima da linha do Equador que faz fronteira com o Canadá ao norte e com os Estados Unidos Mexicanos ao sul. Neste país há preconceito, e muito, de todas as formas, e as vezes é o estopim de acontecimentos nada agradáveis.

Porém há uma grande diferença. Este preconceito não é silencioso, ninguém repara na sua roupa, no seu peso, na sua aparência dentro de um shopping, durante as compras num supermercado, ou ainda ninguém ri de você num ambiente público. Há exceções, claro que há exceções, porém essas exceções são punidas.

Deficientes físicos são empregados nas mais diversas funções e estes são cientes das funções que podem realizar e de como interagir com a sociedade. No estado onde dizem que nasceu o automóvel, por exemplo, redes de supermercados valorizam a mão de obra de pessoas que podem ser consideradas diferentes ou até “diferenciadas” conforme a definição dos moradores de Higienópolis em São Paulo – SP.

Há dois anos atrás eu compartilhava da idéia que este país do norte tinha a maior população obesa do mundo. Isso pode até ser verdade, porém aqui as pessoas não tem vergonha de sair de casa, de se mostrarem, de fazerem o que gostam, e mais importante: tem consciência dos fatos que enfrentam.

Enfim, não há o silêncio.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Farewell Endeavour


Lançamento da STS-134
Dia 16 de maio de 2011, o último lançamento da Endeavour.

Farewell Endeavour.

Reproduzo aqui o texto do blog Swamped de Jamie Drake.

Hoje, é o dia da ultima missão do ônibus espacial Endeavour. Para muitas pessoas, este é um momento como e daí?, para outros é uau!. Porém para muitas pessoas que vivem na costa “espacial” no condado de Brevard, no estado da Flórida, este é um momento um pouco emocional. O ônibus espacial não é apenas um objeto que leva pessoas para o espaço. É quase uma questão cultural. Cultura espacial. Nós vivemos e respiramos isto por tanto tempo, que aquela “poeira lunar” entrou nas nossas mentes e deixou marcas indeléveis.

O programa espacial americano começou aqui, assim como terminará. As razões que nossos pais vivam aqui (se você tem a minha idade) provavelmente estão ligadas com algo espacial, ou ainda com as praias, não necessariamente nesta mesma ordem. Se não fosse o programa espacial, seriamos apenas mais um ponto no mapa do estado da Flórida.

Hoje, assistindo ao lançamento do ônibus espacial com meus filhos, percebo que durante 30 anos eu os vi subindo, primeiro com meus pais, as vezes com meus avós, com amigos na escola, e agora com meus filhos. É uma tradição. Uma tradição perdida. Agora, eu posso apenas imaginar, meus vizinhos perdendo seus empregos, a força da nossa economia voando em direção a memória, e muitas pessoas estão pensando. E agora?. Eu acho que o programa do ônibus espacial é muito mais que apenas vôos espaciais que acontecem aqui. É como se fossemos um todo. Foi sempre deste modo que encaramos, e agora o programa está quase terminado.

Eu imagino que em pouco anos, as conversas serão a respeito o que eu fiz enquanto esperava os pneus do meu carro serem trocados na loja do Ray em Merritt Island. Eu conversei a respeito disso com um senhor sobre o programa Apollo. Descobri que ele era amigo de vários astronautas e acabei ouvindo sobre as festas na praia, a corrida espacial, tragédias e vitórias. Eu imagino se em 30 anos haverá alguém aqui como esse senhor. Não sei, Mas eu sei que este ultimo lançamento, se acontecer, será algo para lembrar. Uma pequena parte da história espacial e uma grande parte das pessoas.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Viver no Norte ou voltar para o Verde?

O Norte...
Neste mês de Julho de 2011, irá completar um ano que vivo num país situado na América do Norte, e que faz fronteira ao norte com o Canadá, e ao Sul, com os Estados Unidos Mexicanos.
Um país cheio de particularidades, com uma história cultural não muito “rica”, pelo menos na minha opinião. Uns o chamam de “The Melting Pot”, outros preferem compara-lo com uma salada mista, um país com problemas e soluções.

Um país que conserva sua história, seu patrimônio, e que protege não só o seus interesses ao redor do mundo, as vezes com um custo extremamente alto, mas também que protege sua gente.

Gente esta, que vive no norte, que tem sotaque meio que “nasal”, que respeita forasteiros, que respeita a lei, e que respeita a si próprio. Gente que sabe o valor que a família tem, e que, na maioria das vezes, tem consciência de suas ações.

Gente que respeita vagas de estacionamento para deficientes físicos e gestantes (tudo começa no respeito às pequenas coisas), Motoristas que respeitam uns aos outros no trânsito, a educação não é exceção.

Sistema que funciona, ruas limpas, jardins bem conservados e respeitados, policiais que sempre estão ali para ajudar no que você precisar, placas de PARE que significam pare. Sistema que é recebido como algo que deve ser respeitado, e o fora dele vai ser punido. Sociedade educada.

Porém, em breve, chega a hora da decisão, Viver no Norte ou voltar pro Brasil? Viver como estrangeiro tem suas vantagens e desvantagens, porém o sistema funciona, e todos são parte do sistema, ou ainda voltar para o Brasil, e voltar a viver onde a educação é exceção, onde o “jeitinho brasileiro” e a Lei de Gerson imperam.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Moinho de Vento, Tulipas, Holanda? Não, Michigan EUA

Tulipas por todos os lados
 Há 1 ano atrás o que eu conhecia do estado de Michigan nos EUA era apenas aquilo ligado a indústria automobilística, Detroit a capital do automóvel, The Motor City, e que todo o estado estava ligado ou a história da cidade, ou diretamente a indústria.

E aos poucos descubro que essa afirmação não chega nem perto de ser verdadeira. Realmente, boa parte do estado, especialmente o Sudeste, vive em torno da indústria automobilística, o que faz o estado sofrer um bocado devido as flutuações do mercado automobilístico, porém o restante do estado é independente desta indústria, e as paisagens são as mais diversas possíveis, e o mesmo pode se aplicar para a população de Michigan, desde dos mais modernos estilos de vida e até os mais "old fashioned styles", ou seja, pessoas tradicionais, com poucos requintes e que ainda possuem em suas casas, nos subúrbios americanos, celeiros onde podem estocar grãos e ainda criam animais em casa.

Desta vez, o destino é a cidade de Holland, Sudoeste de Michigan, próximo ao Lago Michigan, lago que faz a divisa do estado de Michigan com os Estados de Winsconsin e Illinóis.

Moinho de Vento nos EUA
Mês de Maio as temperaturas já são mais agradáveis, e após seis meses de neve, todos estão alucinados para deixar suas casas, e é tempo de Tulipas. Tulipas podem ser vistas por todo o Norte dos EUA nesta época do ano já que a temperatura e a época do ano são propícias para o seu crescimento, porém é na cidade de Holland onde elas fazem uma verdadeira festa. Tulipas por todos os lados, nas ruas, em todas as esquinas, todas as cores possíveis, até mesmo cores que você irá duvidar, ou ainda mistura de duas ou mais cores. A cidade tem forte descendência holandesa, que está presente desde os restaurantes até o moinho de vento Holandês autentico na cidade.

E apesar da cidade estar distante do litoral americano mais de 1000 quilômetros, existe praia em Holland. O lago Michigan, tem um visual de mar, azul, e infinito ao horizonte, a sensação é que o litoral é logo ali, porém não existe aquele "gosto" de sal no vento que vem do lago.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Chicago,The Windy City

Chicago, também conhecida como Windy City, ou Cidade do Vento, a terceira maior cidade dos Estados Unidos da América, situada as margens do Lago Michigan, um dos Grandes Lagos no estado de Illinois é espetacular. Casa do time do Chicago Bulls, time da NBA onde o Sr. Michael Jordan fez história, Chicago é muito mais que só um time de basquete profissional com 6 títulos ou ainda cidade das compras.

Chicago SkyLine
A cidade por si só já uma grande atração. Limpa, organizada, onde é possível ver e “sentir” as mais diversas situações. Independente da época do ano é uma cidade Cosmopolita, com pessoas das mais diversas culturas, é possível ouvir os mais diversos idiomas, pessoas de todo o globo. Uma cidade que espera para ser descoberta. Compras, monumentos, edifícios, parques, museus, até praia, É uma cidade que vale a pena ser visitada, não importando a época, ou estação do ano, só tenha em mente que devido ao inverno rigoroso, durante os meses de Novembro a Março, a visita pode ser um tanto desconfortável devido aos ventos (é, venta muito na Cidade do Vento) e ainda algumas atrações que só funcionam durante o verão e a primavera.

A cidade possui um sistema de transporte muito bom, o que permite deixar o carro na garagem, ou ainda aproveitar o sistema de trens que conecta Chicago a diversas cidades dos EUA, permitindo um passeio combo, com outras cidades da região, ou até mesmo numa visita de fim de semana numa viagem a trabalho. O trem é confortável, a estação de trem é no centro da cidade, portanto, opções de transportes à Chicago e dentro da cidade, não faltam. Literalmente, esqueça do carro.

Por outro lado, tenha em mente que você irá precisar andar um pouco. A cidade é segura para os pedestres, bem sinalizada, o transito é organizado para uma cidade grande, e durante a noite, toda a cidade é bem iluminada, e o mais importante, algumas atrações estão abertas. Logo, andar poderá ser um pouco cansativo, e você poderá trocar por um taxi ou o ônibus, porém vale a pena sentir o vento.
Com fome? Opções não irão faltar, existem restaurantes dos mais diversos, e claro as redes de fast food também estão em Chicago. É possível até experimentar uma autentica picanha brasileira nas diversas churrascarias da cidade, autenticas churrascarias brasileiras. Mas numa visita a Chicago, não pode-se deixar de lado a conhecida “Chicago Deep Dish Pizza”, uma pizza com aproximadamente 3 centímetros de altura, só de recheio. Porém todas a pizzarias que servem a Chicago Deep Dish Pizza sempre estão lotadas, e a espera nos finais de semana pode chegar a 1 hora, e além disso, a pizza, demora de 40 a 50 minutos para ficar pronta, portanto paciência é parte da Chicago Deep Dish Pizza.

A vida noturna é bastante agitada, especialmente ao redor da Michigan Avenue, onde tudo acontece, e como dizem a respeito de Nova Iorque, São Paulo e outras cidades, Chicago também não dorme. Blues, Jazz, Piano Bar, e até mesmo parques.

Na minha opinião, as principais atrações de Chicago podem ser vistas durante o dia, tais como o Shedd Aquarium, um dos maiores centros de conservação da vida aquática nos EUA, onde é possível baleias, golfinhos, tubarões e muitos outros animais raros. E sempre há exposições especiais com animais aquáticos ainda mais exóticos como Águas Vivas. Imagine uma sala cheia de tanques com as mais diversas espécies de águas vivas, coloridas, transparentes, negras, enfim, uma atração que pode se gastar o dia todo lá e ainda ficar com a sensação de que nem tudo foi visto. Porém é um lugar onde Deus ajuda quem cedo madruga. Chegue cedo, evite filas que vale a pena.

Field Museum
No mesmo complexo, a beira do Lago Michigan, está o Field Museum, um museu de história natural, que possui o mais completo fóssil de Tiranossauro Rex, ou T-Rex já encontrado. Sue, como é chamada está exposta  logo na entrada do museu num estilo “Jurassic Park” além de todo histórico por trás da descoberta do fóssil, assim como todas as análises realizadas. No mesmo museu é possível fazer uma visita às tumbas dos Faraós do antigo Egito, incluindo múmias verdadeiras. Também é possível viajar pela África através de animais empalhados que foram “coletados” durante o início do século XX, incluindo um casal de elefantes africanos. No museu, as filas são menores, porém há muita coisa para ser vista, e o museu é muito grande, portanto prepare-se para, pelo menos, meio dia dentro do museu.

Distante menos de 500 metros do museu está o Adler Planetário, uma atração relativamente antiga, porém para os que gostam de estrelas, e exploração espacial, e também para as crianças, não faltarão atrações. Reserve algum tempo para assistir as exposições especiais. São o ponto alto do planetário.

No meio da cidade, próximo a Union Station, aquela estação de trem que aparece no filme O Casamento do meu Melhor Amigo, que também é um local a ser visitado em Chicago, fica o Willis Tower, conhecido antigamente como Sears Tower, um dos 10 edifícios mais altos do mundo, onde é possível subir até o 103º andar, o Sky Deck e ver boa parte da cidade da cidade de Chicago. A atração ainda conta com o The Ledge, uma área no mesmo andar onde o piso é de vidro, e literalmente, não olhe para baixo quando estiver lá, 412 metros acima do chão é assustador. A visita aqui deve ser feita num dia de sol, pois como Chicago é bastante plana e às margens do Lago Michigan, as nuvens podem ser um fator decisivo. Portanto, se a previsão do tempo mostra dias nublados, aproveite qualquer momento de sol para subir e ver Chicago do alto.

Alguns quilômetros ao norte, está o John Hancock Observatory. Nos mesmos moldes do Willis Tower, porém não tão alto, a visita no John Hancock é mais proveitosa durante a noite, onde o local não é tão lotado, e pode-se aproveitar para um Happy Hour, além da espetacular vista de Chicago a noite.

Estas atrações custam de 17 a 32 dólares, porém dá pra economizar um pouco e comprar o pacote que é chamado CIty Pass. Com ele, você literalmente corta a fila em algumas atrações, o que salva muito tempo já que o tempo de espera em alguns pontos turísticos é maior que duas horas.
Além destas atrações, aproveite de gaste alguma energia andando de bicicleta as margens do lago Michigan. Diferente e saudável.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Osama Morto. Quem será o próximo?

Há algum tempo atrás, uns oito anos atrás, li em algum lugar, que não me lembro, uma matéria escrita por um professor de renome da Universidade Estadual de Campinas, que me desculpem de novo, não me lembro o seu nome, porém sei que ele é um dos poucos, se não o único arqueólogo do Brasil.

Ele dizia que o Império Romano caiu após derrotar todos os seus inimigos. Após a derrota de Cartago, os Romanos dominavam todo o mar Mediterrâneo, e não havia nenhum outro reino, país ou império capaz de dividir o domínio do Mediterrâneo com os Romanos ou ainda lutar por esse domínio. A partir deste ponto, sem inimigos, o Império Romano começou a dar sinais de falência. O povo deixa de ser um a partir do momento que não há algo "do mal" para combater.

O mesmo acontece com os EUA. A nação mais poderosa do mundo, sem sombra de dúvida, precisa de seus inimigos para manter a unidade americana, algo com o que seguir em frente.

Logo, o "Império Americano" necessita de um inimigo, ou algo oposto aos ideais americanos e que represente uma ameaça a unidade do país e seus interesses. E este inimigo já passou por vários países e "personificações". Já foi a Alemanha Nazista, A União Soviética e seu império do Mal durante a Guerra fria, O Iraque e seu ditador Sadam Hussein, Osama e o Taliban, novamente Sadam Hussein, e agora culmina com a morte de Osama.

A morte de Osama foi ovacionada nos EUA, a grande maioria concorda que tal morte é uma recompensa aos atentados em todo o mundo, que a justiça foi feita. Outros dizem que foi uma maneira de que Barack Obama aumentasse sua popularidade às vésperas da eleição presidencial. Os dois lados tem sua parcela de razão. Agora, após a euforia da morte do líder terrorista, as atividades militares dos EUA ao redor do mundo devem ser diminuídas, até a eleição presidencial, e após esta, um novo inimigo deverá ser definido.

Quais serão as características deste inimigo? Será personificado? Questões que ainda estão sem resposta, mas que ajudam e muito aos EUA permanecerem como a nação mais poderosa do mundo que tem parte de sua economia funcionando a todo vapor devido a estes supostos inimigos que devem ser mantidos a uma distância segura, porém não muito distantes, pois seus passos devem ser observados, principalmente durante períodos eleitorais.