segunda-feira, 4 de julho de 2016

domingo, 5 de julho de 2015

O Ônibus Espacial

Uma das máquinas mais importantes da história do século 20.

Seis deles foram construídos do lado americano, acho que três foram construídos do lado Soviético. 

Desses onze, seis foram ao espaço. Cinco do lado americano e um do lado Soviético. Desses seis, cinco trouxeram benefícios imensuráveis para toda a humanidade. Estes cinco, todos são Americanos.

Desses cinco, Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour, apenas três ainda restam.

A Challenger e a Columbia foram vitmas do pioneirismo da tecnologia. Missões STS-51 e STS-107 respectivamente.

A história mostra que o pioneirismo sempre tem seu preço. No caso do Ônibus Espacial Americano, o preço foram as vidas de 14 astronautas e duas espaçonaves.

O conhecimento que os ônibus espaciais trouxeram para a humanidade não tem preço. Óculos com proteção ultravioleta, os "travesseiros da NASA", o telescópio Hubble que ajudou a expandir nosso conhecimento a respeito do universo. A construção da Estação Espacial Internacional, e até novas ligas metálicas.

Os três Ônibus Espaciais Americanos que ainda restam, foram aposentados no ano de 2012, e hoje descansam em diferentes museus nos Estados Unidos.
Endeavour: No California Science Center - Los Angeles - CA

Discovery: No Museu Smithsoniano - Washington DC

Atlantis: No Kennedy Space Center - Flórida

domingo, 18 de maio de 2014

Ah, O Sonho Americano...

Após 4 anos nos EUA, morando em duas cidades diferentes, e trabalhando em dois lugares diferentes, acho que tenho certa autoridade pra comentar o que vejo e até comparar o Brasil, com os EUA.
Quando cheguei aqui, fui trabalhar na cidade de Auburn Hills, e morava na cidade de Rochester no estado de Michigan. Cidade muito rica, casas enormes, parques pra passar o final de semana, e por aí vai. Um detalhe. Cidade rica, sem transporte público. Dirigia todo dia 25 minutos até o trabalho, por um caminho que não existem nem calçadas para pedestres, afinal ninguém precisa de ônibus, a cidade é rica, e todos tem carros.
E eu pensava: Que lugar é esse, onde todos podem ter carros, onde não é necessário pegar um ônibus pro trabalho, onde calçadas não são necessárias?
Trabalhava na Matriz da empresa. Um escritório com pessoas de todos os lugares do mundo. Alemães, Canadenses, Americanos, ou Estadunidenses, Mexicanos, Húngaros, e Brasileiros. Não, eu não era o único Brasileiro ali.
Todos ali, tinham bons carros, motocicletas, o último modelo do i-Phone, compravam o Playstation 3 para seus filhos, e tiravam férias durante o verão de Michigan para aproveitar a casa na beira do lago, e o barco na garagem.
E eu pensava: Que lugar é esse? Todos tem a mesma oportunidade. Todos podem ter aquilo que desejam.
Mas um dia eu precisei levar minha esposa no médico. Ela reclamava de dores de estômago. Fiquei preocupado, e levei ela no médico. Após alguns exames de rotina, o médico solicitou que ela fizesse alguns exames extras. O custo dos dois exames: 950 dólares. Mesmo tendo convênio médico.
E eu pensei: Que lugar curioso. Não há saúde pública. O governo não oferece saúde publica. Sem convênio médico, os mesmos exames iriam me custar mais de 3000 dólares. No mesmo ano, fomos para o Brasil. Os mesmos exames custavam 250 reais, sem convênio médico.
Depois de 2 anos trabalhando na Matriz, decidi que era hora de mudar. A empresa me ofereceu uma posição numa nova planta, na cidade de New Boston, Michigan, distante uma hora de carro de onde eu morava. Tinha de mudar.
Alugamos um apartamento na cidade de Novi, Michigan. Uma cidade um pouco diferente de Rochester. Não há calçadas, não há ônibus, ou transporte público. Porém há carros quebrados por todas as ruas. Carros velhos.
Trabalhando numa planta de produção, aprendi muitas coisas:
A primeira foi não é todo mundo que tem um bom salário. O salario mínimo aqui nos EUA é de mais ou menos 8 dólares por hora, trabalhando 40 horas por semana, isso dá um salario mensal de mais ou menos 1300 dólares por mês. Operadores ganham isso. Parece bastante, mas daí começam as diferenças:
-        Não há vale transporte
-        Não há vale refeição
-        Não há transporte público
-        Não há saúde pública. Você tem de pagar convênio médico. A empresa te ajuda pagando 50%.
Há muitas contas, e no final do mês não sobra nada pro barco, vídeo game, ou carro.
Já vivenciei situações que pessoas não vem trabalhar porque o carro quebrou, e não há ônibus, ou ainda, carros que ficam estacionados na empresa por dias, porque a pessoa não tem dinheiro para o conserto.
Outros comem cachorro quente todo dia porque não sobra muito pra uma refeição melhor depois de pagar aluguel, contas de água, luz, e gás.

O que quero dizer, é que precisamos ver o que acontece fora do nosso universo. Quando se viaja pros EUA a passeio, só se vê o que é bonito, o que é turístico. Quando a gente sai da nossa zona de conforto é que vemos as diferenças.
Comprar algumas coisas no Brasil são mais caras, mas se pensarmos um pouco mais, quais são as diferenças?
-        Saúde pública, mesmo que ruim, ainda existe.
-        Vale transporte.
-        Transporte público: Sim, eu posso ir pro trabalho de ônibus
-        INSS. Nos EUA você é responsável pela sua aposentadoria.


Enfim, reclamamos de algo que não entendemos o mínimo para comentar, ou ainda não sabemos o que acontece fora do nosso universo.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Bucket List

Conheci uma pequena parte desse mundo.

Vi o pôr do Sol do alto daquela torre em Paris, entrei dentro daquele que já foi o avião mais rápido a cruzar o Atlântico, pude conhecer de perto a parte mais sangrenta da história do século XX, conheci o veículo que colocou em órbita o objeto que ajudou a expandir nosso conhecimento a respeito do Universo, e aquele que orbitou a Terra por vários dias e descobriu água sob o Saara.

Estive no edifício mais alto no Ocidente, num chão de Vidro, vi e senti a neve. Dirigi um dos carros mais míticos já produzidos desse lado do Atlântico e a moto mais mítica produzida no continente da bota, conheci a "residência" de Alcapone, vi a ponte mais fotografada do mundo, a ilha que parou no tempo, andei no carro onde ainda tinhamos que ler manuais de insruções para dirigir. Vi o maior corredor de automóveis de todos os tempo em ação, me emocionei quando ele se aposentou.

Comecei a assistir "futebol", me interessar por música, vi o quadro mais famoso do mundo e me decepcionei. Conheci um pouco da história dos nativos americanos, senti o pesar naquela Capela em Soho. Andei sobre a água.

Vi o aeroplano que de alguma forma decolou em 1903, e vi aquele que voou em 1906. Entrei no laboratório daquele que é responsável pela lâmpada. Vi um dos melhores jogadores de basquete em ação. Vi a terra de Goethe, aquela onde diziam: Jedem das Seine. Conheci aquela parede que separou sonhos e que deixou cicatrizes no chão.

Nadei nas águas daquela ilha que chamam de Bela,  da cidade que chamam de Maravilhosa, daquele lago que tem nome de estado e do maior oceano do mundo.

O que mais falta?


domingo, 10 de novembro de 2013

O Cruzeiro do Sul

A Cruz

Há pouco três anos não vejo o Cruzeiro do Sul.
Há pouco mais de três anos, não consigo achar onde fica o Sul.

Há três anos não vejo o Escorpião perseguindo Orion.

Pelo menos consigo ver a ISS de vez em quando.

Nunca pensei que o céu seria tão diferente, ou que isso faria alguma diferença no meu dia a dia.

Agora no inverno, noites longas e escuras, parecem que as estrelas dizem algo.




domingo, 11 de agosto de 2013

Thunder Over Michigan 2013

P-51 Mustang Old Crow

B-17 Yankee Lady

Detalhe da B-17 Yankee Lady

B-17 Yankee Lady Taxiando
A-1 Skyraider
Skyraiders - Missing Man Formation

Detalhe da Metralhadora Lateral Esquerda de uma B-25 Mitchell
B-17 Yankee Lady - De novo!!

F-86 Sabre


segunda-feira, 29 de abril de 2013

No Brasil é Tudo Mais Caro?

A revista Superinteressante deste mês traz comp matéria de capa, o porquê tudo no Brasil é mais caro.
Inclusive, o Diretor de Redação cita que no retorno da sua viagem aos EUA, tem a mala cheia de roupinhas de bebê, pois nos EUA roupinhas são mais baratas.

Sim, ele está certo, porém há algumas diferenças, que parece que ninguém leva em consideração.

- Nos EUA não há previdência pública, como conhecemos no Brasil. Você é o responsável por planejar sua aposentadoria.

- Não há saúde pública. Você é responsável por suas despesas médicas. Se não tiver plano de saúde, terá de arcar com as despesas com dinheiro do próprio bolso. E não é barato.

- Não existem universidades públicas de graça, como no Brasil. Todas as universidades são pagas, públicas ou particulares.

Se isso não é diferença suficiente, melhor começar a rever meus conceitos.

domingo, 21 de abril de 2013

E Abril Chegou

Abril chegou.

Atemporada do Beisebol começou, o Detroit Tigers começam a dominar a Liga Americana de Beisebol.

Mas você não está aqui.

Você não cumpriu o nosso acordo de assistirmos um jogo do Detroit Tigers juntos.

Desde Setembro, telefone não toca no fim de tarde.

Desde Setembro, o dia a dia é diferente.

Mas, como escrevi anteriormente, sempre vou me lembrar dos momentos que curtimos juntos.
Fui a um jogo do Detroit Tigers no começo de Abril. O Detroit perdeu, mas foi um bom jogo.

Mas você não estava lá.

Sinto sua falta.

I miss you my friend.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Radiator Springs


Mate

Radiator Springs existe.
Não fica as margens da Rota 66, no meio do Oeste Americano, no meio do nada.
Radiator Springs fica em Anaheim, Califórnia. Na Disneylândia, ou pra ser mais específico, no Disney California Adventure Park.

A Disneylândia, o parque original idealizado por Walt Disney, é um parque antigo, que de certa forma carece de atrações de ultima geração, ou radicais, porém visitar Radiator Springs e encontrar Relâmpago Mqueen, Mate e companhia vale demais a pena.

Radiator Springs é reproduzida nos mais mínimos detalhes. Cada um dos prédios retratados no filme pode ser visto no Parque. O Café V8, A estátua de Stanley, A Casa Della Tires, a Loja de Lembranças, ou ainda o Cozy Cone Hotel. Todos os prédios são funcionais, e em alguns, como o Café V8, onde é possível ver as 3 copas Pistão conquistadas por Doc Hudson.

Café V8
Os detalhes não ficam só no trecho da Rota 66 que foi reformada por Relâmpago Mqueen no filme, e também mostrada na cidade “real” como uma estrada novinha em folha, e assim como no sonho de Sally, a namorada de Relampago Mqueen, os neons funcionam e é como se a cidade vivesse o seu melhor momento.

Além de todos os prédios, a principal atração de Radiator Springs é o Passeio e Montanha Russa Radiator Springs Racers. Aqui é possível ver de perto outros detalhes do filme, como a Oficina Mecânica de Doc Hudson, ou ainda colocar pneus novos na Casa Della Tires, com direito a pneus de faixa Branca, no melhor estilo Luigi e Guido, e claro um pouco de corrida ao redor dos Cânions de Radiator Springs.

Deserto de Radiator Springs

Casa Della Tires

Entrada da Atração Radiator Springs Racers


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Detroit Tigers II

Comerica Park
Mais uma vez é Outono no Hemisfério Norte.

Mais uma vez é hora das finais do Beisebol Americano.

O jogo em si é lento, as vezes não acontece nada excitante durante mais de três, ou até quatro horas de jogo. Mas Beisebol não é apenas um jogo. Beisebol é o jogo. Por que? Ninguém sabe ao certo, cada um tem uma opinião a respeito do Beisebol, e eu também, principalmente em época de finais.

- O Beisebol é jogado num Parque e não num estádio ou ginásio como a maioria dos outros esportes coletivos. Já começa ai. Qual outro esporte é jogado num parque?

- No Beisebol não se marca pontos. Se marca “runs”. No Beisebol, o ataque tem de correr ao redor das bases até voltar pra casa, o “home plate”, ou seja, o jogador corre pra casa.

- O Beisebol é o único esporte com bola em que a defesa é que controla a bola. Estranho certo?

- O arremessador, ou “pitcher” tem de arremessar a bola com a maior velocidade possível, com efeito, dentro de uma área definida, dentro do alcance do rebatedor, mas dificultando ao máximo que este consiga acertar a bola.

- Você não precisa estar em forma para jogar Beisebol. Basta acertar a bola o mais forte possível e jogá-la para fora do Parque, e marcar uma “corrida pra casa” ou um home run. Alguns jogadores jogam mascando fumo durante o jogo, comendo amendoins, ou ainda chiclete.

O time da cidade de Detroit, o Detroit Tigers, ou os Tigres de Detroit, está entre um dos melhores times de Beisebol profissional dos Estados Unidos. Tem um dos melhores e mais bonitos Parques dos Estados Unidos, o Comerica Park, e um dos times mais bem pagos da liga, com jogadores ganhando até duzentos e vinte milhões de dólares por 9 anos de contrato, porém, mesmo com todos estes predicados, o Detroit Tigers nunca é considerado um dos favoritos ao título, ainda mais num esporte tão impreciso e as vezes considerado até antiquado para os analistas esportivos de hoje em dia. Situação que as vezes é favorável para os Tigers. Enquanto times mais famosos como o New York Yankees, ou Chicago Cubs fazem as manchetes, o Detroit corre pelas beiradas, e sempre acaba o ano entre os melhores times da liga, sem despertar o interesse da mídia.

O Beisebol não pode ser explicado apenas por números. Jogadores ganhando milhões de dólares, passam o ano inteiro sem fazer nada, sem conseguir acertar a bola, porém de repente decidem jogos, e sozinhos, levam o time inteiro a final do campeonato.

E pelo segundo ano consecutivo, o Detroit Tigers está disputando o título da conferencia da Liga Americana. Enquanto vos escrevo, se desenrola o jogo 3 da final (melhor de 7 jogos), onde o Detroit lidera o New York Yankees por 2 jogos a zero e lidera o jogo 3 também por 2 a 0.

Pelo segundo ano consecutivo, me sinto atraído pelo Beisebol. Um esporte lento, as vezes monótono, mas que também tem seus momentos de emoção, principalmente quando Justin Verlander, o melhor arremessador da liga lidera a defesa do Detroit, ou ainda quando o Miguel Cabrera, o mais completo jogador de Beisebol dos EUA, acerta a bola com precisão incrível e marca mais um Home Run. Ou ainda quando Austin Jackson segura uma bola que parecia selar a vitória do time adversário, mas garante a vitória dos Tigres de Detroit.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Que Te Faz Sorrir?

O que me faz sorrir? O que me faz sentir melhor? O que me faz chorar?
Não me refiro aos percalços da vida, mas sim coisas mundanas, como ver televisão e não dormir (ok, música do Skank), ou ainda olhar para crianças jogando bola na rua e sorrir.
Assistir um filme, e se emocionar. Coisas deste tipo.

Eu selecionei alguns trechos de filmes, vídeos da internet, fotos, tudo o que me deu na telha.

Esse me faz chorar. Este pedaço da minha vida chama-se felicidade.
Esse me faz pensar do que somos capazes. Um final irretocável de um dos maiores pilotos de todos os tempos.
Essa me faz sorrir
Esse me motiva. "One inch at a time"
E esse me faz pensar quão insignificante eu sou, ou o quão importante eu sou.

domingo, 2 de setembro de 2012

Amigo

Este é um texto que não gostaria de escrever, aliás gostaria ele escrevesse sobre mim, porém daqui 50 anos.

Cada um tem uma explicação para um momento assim. Eu desisti de tentar.

Vou pensar no amigo. No cara que aceitou um pedido de útima hora para ser meu padrinho de casamento. No cara que dividiu o mesmo local de trabalho, o mesmo computador. Alguém que encarava o trabalho de frente, mas com um sorriso no rosto. Sei que ensinei tudo o que podia a respeito do meu trabalho, porém ele me ensinou algo mais importante.

Me ensinou a ser amigo.

Me ensinou que amizade não cobra nada, que não tem hora, lugar.

Dizem que em algumas culturas, quando chega a hora, todos vão responder a duas perguntas. Agora ele deve estar respondendo as essas duas perguntas, mas acho que posso responder essas perguntas por ele, daqui mesmo.

Você encontrou alegria na sua vida?

Nunca conheci alguém que sempre via o lado bom da vida como ele. Nunca vi alguém que ajudava os outros como ele ajudava, sem cobrar absolutamente nada em troca. Ajudava em troca de um sorriso.

A sua vida trouxe alegria a aqueles que viveram a sua volta?

Eu posso ter lhe ensinado o que é uma FFT, mas ele me ensinou a ser AMIGO. Acho que isso responde a pergunta de melhor maneira possível.

Vou pensar nas cervejas que tomamos, nos churrascos, mas também naquele jogo do Detroit Tigers que combinamos de assistirmos.

A gente ainda vai se encontrar Amigo, mas não agora.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Na Minha Janela

Sempre tentamos entender, ou melhor compreender o mundo.

O maior problema é que geralmente não entendemos nem o porque o nosso cachorro não aprende a fazer xixi no local correto.

Mas mesmo assim, a maioria de nós emite opiniões a respeito da dieta dos Indianos, da cultura Islâmica, ou até mesmo sobre as origens Árabes do Irã. Mas espera ai! A origem do povo do Irã é Persa, e não Árabe.

Mais ou menos por ai. Não temos a mínima ideia do que acontece em nossas próprias casas, e queremos emitir opiniões a respeito de uma crença do outro lado do mundo, ou ainda sobre uma guerra da qual não temos a menor ideia das suas causas.

Achamos, principalmente quando somos jovens, que podemos ridicularizar aqueles que não compartilham das mesmas crenças que nós, ou ainda aqueles que usam um chapéu diferente do nosso.

Enfim, a janela pela qual assistimos o mundo passar é pequena não permite enxergar muito além do que está exatamente a nossa frente. Por isso é importante sair e ver que o mundo é maior do que aquele que está a nossa frente, na nossa janela.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fiquei Encabulado

Fiquei "encabulado" no último dia 25 de junho de 2012.

Estava no aeroporto internacional de Detroit, no condado de Wayne, no estado americano de Michigan.

Voei pela primeira vez em 2008, desde lá nunca tive nenhum tipo de contratempo num aeroporto.
Neste dia, tive meu primeiro voo cancelado. Devido a um problema em uma das bombas de combustível do avião, meu voo foi cancelado.

Por isso, tive de esperar por mais de 6 horas no aeroporto até que o próximo voo estivesse disponível, e, como formigas, haviam alguns brasileiros esperando pelo mesmo voo.

Alguns estudantes, presumo eu, estavam ali, voltando para casa. Conversando em alto e bom português, para que todos, de certo modo, pudessem ouvir. Mesmo que não pudessem compreender.
Mas eu podia. E por isso fiquei encabulado.

Brasileiros conversando a respeito das caracteristicas das pessoas ao seu redor, tirando sarro de tudo e todos que ali estavam. Como se aproveitando do fato de que ninguém ali podia compreendê-los.
Mas eu podia, e por isso fiquei encabulado.

Como escrevi algum tempo atrás, este lugar é um pouco diferente, culturalmente diferente. E comentar sobre o que cada um veste ao seu redor, ou quanto cada um pesa, se é feio ou magro não faz parte deste lugar.

Fiquei encabulado porque também fazia isso.

Fiquei com vergonha de mim mesmo.

domingo, 10 de junho de 2012

Coisas da Primavera de Michigan 4... Não é bem Michigan...

A foto foi tirada na Primavera de 2011.
Na cidade de Itu, estado de São Paulo Brasil.

Apesar das estações do ano em Michigan serem bastante definidas, não há arvores totalmente floridas como os Ipês da foto.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Minha Carta de Motociclista, A Saga

Resolvi que queria pilotar uma moto aqui no estado de Michigan. Porém tudo começou há um ano e meio atrás, quando tirei a minha carteira de motorista para o estado de Michigan.

A CNH não é totalmente válida aqui nos EUA. É permitido dirigir com uma carteira de motorista de outro país ou estado por até 60 dias, após este período, dirigir sem uma carta de motorista emitida pelo estado de Michigan, é proibido e em alguns casos, como se envolver num acidente, pode-se parar na cadeia.

Então comecei minha saga tentando a carta de motorista apenas, ou como conhecida no Brasil, carta classe B. O processo começa indo até o que é chamado de Secretaria de Estado, o DENATRAN aqui do estado de Michigan. Lhe dão uma senha, e um formulário que é preenchido com seus dados pessoais. Será necessário comprovar endereço, logo, uma conta de água ou luz não pode faltar.

A espera é de 30 minutos, paga-se uma taxa, aproximadamente 30 dólares, e a atendente faz algumas perguntas básicas sobre legislação de trânsito e um rápido exame dos olhos é feito. Sendo aprovado nesta primeira etapa, recebe-se um exame teórico com 40 perguntas, onde é possível errar até 8 perguntas.

Aprovado no exame teórico, recebe-se uma permissão para dirigir. Com essa permissão é possível dirigir sem problemas, porém não se pode deixar o estado. Juntamente com a permissão para dirigir, que não é a sua carta de motorista ainda, recebe-se um formulário para solicitação do exame prático.

O exame prático. Custa 40 dólares. Este é curioso. Ligo para a Auto Escola, e marco um encontro com o avaliador em frente a uma escola. Chego no horário, e descubro que o exame tem de ser feito com o meu carro. Isso mesmo, com o meu carro. O exame dura por volta de 45 minutos e inclui avaliação do motorista no transito de um bairro residencial, industrial, centro da cidade, avenidas, rodovias, estacionamento, e ainda ligar e desligar o rádio do carro dirigindo. Todas estas características são avaliadas, e pode se reprovar em qualquer uma delas.
Ok, aprovado no exame prático, basta voltar a tal de Secretaria de Estado pagar 9 dólares, e solicitar a carta de habilitação. Em 15 dias, você recebe a carta pelo correio.

Custo
Carta Temporária: 13 dólares;
Exame Prático: 40 dólares;
Carta de Habilitação: 9 dólares.
Total: 62 dólares.

Assunto resolvido.

Mas acontece que depois de um ano, decido que vou pilotar uma moto. Vamos ver no que dá...

Mesmo procedimento. Vou até a Secretaria de Estado, e lá recebo um livro chamado Manual do Motociclista, o qual tenho que estudar para que possa fazer o exame teórico. Exame teórico composto de 20 perguntas onde é possível errar 4 e ainda ser aprovado. Erro 5 perguntas na primeira vez, e tenho que repetir o teste. É possível repetir o teste na mesma hora, e na segunda vez erro 2 perguntas. Lembrando que o teste era diferente na segunda vez. Se reprovado na segunda vez, é necessário esperar 24 horas para um novo teste. Desta vez a taxa é de 13 dólares e recebe-se uma permissão para pilotar uma moto.

Mas essa permissão tem algumas limitações. Não se pode pilotar a moto sozinho. Ou outro motociclista habilitado deve estar com você todo o tempo que estiver pilotando, não se pode pilotar a noite nem levar um passageiro.
Com a permissão, tem-se 6 meses para realizar o teste prático. Este custa 50 dólares, e deve ser feito com a sua própria moto.

Mas aí é que tem a grande sacada.

O estado de Michigan oferece um curso para motociclistas iniciantes. O custo deste curso? 25 dólares. Três dias de aula, sendo o primeiro de aula teórica, e mais dois dias de aulas práticas, um total de 8 horas em cima da moto. O curso fornece tudo que é necessário para realizar o curso. Motos, livros, e local. Depois, ao final do curso é necessário passar no exame de segurança, e no exame exigido pelo estado. Feito isso, recebe-se um cartão azul, que significa que você completou o curso, e pode receber sua carta de motociclista.

Volta-se a Secretaria de Estado, espera-se 15 minutos, paga-se mais uma taxa de 9 dólares, recebe-se uma carta temporária, que pode ser utilizada normalmente, e depois de 15 dias, recebe-se a nova carta pelo correio.

Portanto...

Custos:
Carta temporária: 13 dólares;
Curso de segurança: 25 dólares;
Carta de Habilitação: 9 dólares;
Total: 47 dólares.

Um fato que achei curioso durante o curso de segurança que fiz, foi que alguns dos alunos chegavam a fazer o mesmo curso por mais de 3 vezes, mesmo sendo aprovado em todas as vezes. A ideia é aprender e ficar mais familiar com a moto antes de sair e encarar o trânsito.

Motociclistas em Michigan são chamados de Doadores de Órgãos. Apesar do trânsito ser relativamente organizado, os motoristas geralmente não procuram e não veem motociclistas, o que causa vários acidentes.

E mais um detalhe, estúpido, mas... O estado de Michigan acabou de aprovar a lei onde o uso do capacete não é mais necessário. Assim como todos os estados que fazem divisa com Michigan, não obrigam o uso do capacete, Michigan buscou o mesmo caminho, visando aumentar o turismo dos "riders" que cortam os estados durante o Verão.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Coisas da Primavera de Michigan 3

Lembra dos desenhos do Pica Pau, que quando o inverno chegava, as aves migravam para o Sul e as formigas armazenam alimentos para que possam sobreviver ao inverno?

Sobrevivi ao segundo inverno no hemisfério Norte, e vi as aves migrando para o Sul, assim como agora começo a ver que as aves estão voltando para o Norte, com a chegada da Primavera aqui em Michigan.

Mas tem um detalhe. Aqui, as principais aves migratórias são os Gansos e os Patos. Os Patos são mais discretos, chegam em suas formações em V, e somem nos diversos parques que existem aqui.

Os Gansos, os Gansos. Estes estão por toda a parte. Aproveitam qualquer pedaço de grama bem aparada, para se instalar. É possível ve-los por todos os cantos. São bonitos, embelezam a cidade, mas ao mesmo tempo, fazem questão de mostrar que são os donos do pedaço.

A foto abaixo, mostra bem isso.
Meu nome é Ganso!
Ainda se você não conseguir encontrar o ganso na foto acima, a segunda foto, pode te ajudar.

Estou te vendo... Eu mando aqui! É Primavera!!!


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Um Texto Simples, Mas Que Diz Tudo

No dia seguinte, Winnie e eu voltamos para casa. Onde tínhamos começado. Era o quatro de julho naquele pequeno subúrbio. De alguma forma, porém, as coisas eram diferentes. Nosso passado foi aqui, mas nosso futuro era em outro lugar, e nós dois sabíamos que mais cedo ou mais tarde tinhamos que ir. Foi o último mês de Julho passei naquela cidade.

No ano seguinte, depois da formatura, eu segui meu caminho. Assim como Paul! Ele foi para Harvard, é claro. Estudar Direito, ele ainda é alérgico a tudo.

Quanto ao meu pai, bem, nós nos entendemos. Somos família para melhor ou pior, um por todos e todos por um. Filho de Karen nasceu em setembro, eu tenho que dizer que eu acho que ele se parece comigo, pobre garoto. Mamãe se tornou uma mulher de negócios, presidente do conselho, a avó, cozinheira de purê de batatas.  Wayne permaneceu no ramo da marcenaria. Ele se encaixou muito bem, na verdade, ele assumiu a fábrica dois anos mais tarde quando papai faleceu. 

Winnie foi embora no verão seguinte para estudar história da arte em Paris. Nunca esquecemos a nossa promessa. Nós escrevemos um ao outro a cada duas semanas por oito anos. Eu estava lá para encontrá-la quando ela voltou. Com a minha esposa e meu primeiro filho com oito meses de idade.

Como eu disse, as coisas nunca acontecem exatamente do jeito que você tinha planejado. Crescer acontece num piscar de olhos, um dia você está usando fraldas, no dia seguinte você se foi, mas as lembranças da infância permanecem com você para sempre. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa, como um monte de casas, um quintal como um monte de outros quintais, em uma rua como muitas outras ruas, e depois de todos esses anos eu ainda olho para trás maravilhado.


"The next day Winnie and I came home. Back to where we'd started. It was the fourth of July in that little Suburban town. Somehow though, things were different. Our past was here, but our future was somewhere else, and we both knew sooner or later we had to go. It was the last July I ever spent in that town. The next year after graduation I was on my way. So was Paul! He went to Harvard, of course. Study law, he still allergic to everything. As for my father, well, we patched things up. Hey we where family for better or worse, one for all, and all for one. Karen's son was born that September; I got to say I think he looks like me, poor kid. Mom she did well, business woman, board chairmen, grandmother, cooker of mashed potatoes. The Wayner stayed on in furniture. Wood seemed to suit him; in fact he took over the factory two years later when dad passed away. Winnie left the next summer to study art history in Paris. Still we never forgot our promise. We wrote to each other once week for the next eight years. I was there to meet her when she came home. With my wife and my first son eight months old. Like I said things never turn out exactly the way you'd planned. Growing up happens in a heartbeat, one day you're in diapers, the next day your gone, but the memories of childhood stay with you for the long haul. I remember a place, a town, a house, like a lot of houses, a yard like a lot of other yards, on a street like a lot of other streets, and the thing is after all these years I still look back with Wonder.

O texto acima é o trecho final do útimo episódio do seriado Anos Incríveis. Série que vale a pena assistir.